Tudo se torna demasiado tarde , deixa então estrangular te , suavemente com amor , reclina te nesta rocha à luz , às minhas mãos suaves, negras, mantém no entanto e contigo esse grave gemido sobrenatural para aprenderes a leitura do rio a regressar.
A foz é o regresso , e nos terraços de luz debruçados sobre o rio, envolvidos numa silenciosa cortina , apenas uma canção audível… sobre os ombros um casaco de musgo!
-Consegues sentir a minha verdura?
-O fresco orvalho a escorrer me?
As portas estão abertas, irradica se puderes, os tímidos medos, a adaptabilidade da minha natureza, criará abismos nos nossos dedos, paraísos espreitarão o suor das uvas azuis, embriagando os corpos , o vento abrindo se… lentamente , as coisas permanecerão assim para sempre. Nada.
O Dia voltou se do avesso e breve, breve o sol fará desenhos sobre nós, brotarão dos nossos lábios cálidos refúgios… fecha os olhos e entra no enigma do desconhecimento. Dá me a tua mão, agora que nos movemos em círculos crescentes e o oceano geme sombriamente na penumbra.
Um frenético silêncio estabelece se entre nós e está aqui nos contornos de nós e perante o azagaiado mamilo ponteagudo, quero lá saber da alma, e rogo te, fere a minha desnudada savana, para assim perceber a tua profundidade.
Kubânda = Desvendar
1 comentário:
Que texto meu Deus!
Bjs.
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