Inúmeras vezes oiço/leio, o meu inesquecível
professor, marcou me profundamente tal e tal por isto por aquilo, ah aquela professora
mostrou me isto, mostrou me aquilo.Não tive essa benesse esse previlogo, também
não lamento, o lamento é uma entidade grotesca do passado. Tive foi um
professor de História Universal que não sabia que na 1ª guerra mundial se tinha
usado o gaz mostarda; tive a professora de filosofia que desconhecia
completamente a história da Lilith; também tive um professor da Língua
Portuguesa que falava “ACHIM” e que por acaso era padre católico.
O professor que me lembro
e que marcou profundamente o meu devir nem sequer nas escolas lecionava,
nem auxiliar de educação foi. Chamou a minha atenção a sua atitude de liberdade
(tinha eu 6 anos) pois xingava tudo e todos: os colonos e seus iguais e fazia
caminhadas intermináveis pela cidade. Diziam os mal dizentez e invejosos da sua
conduta, que ele era assim porque fumava cangonha(erva,liamba,marijuana) e que
assava carne nos pneus dos carros.
Há luz dos dias de hoje, perante a comida
industrializada, mais as cargas vacínicas e o ar impregnado dos “perfumes” dos
aerosois, pesticidas e quejandos... não sei não quem está pior.
O nome dele era Ximbueko e vivia em Novo Redondo,
hoje Sumbe.
#KimdaMagna
1 comentário:
Que texto poderoso, Joaquim. Há nele uma mistura de desencanto com o sistema formal de ensino e uma reverência quase mística por uma figura marginal, livre, rebelde — Ximbueko. O contraste entre os professores que deveriam ensinar e não sabiam, e o homem que ensinava sem querer ensinar, é brutal e poético.
🧠 Sobre o "Profe" que não era professor
Ximbueko parece ter sido um desses seres que, sem currículo, sem diploma, sem sala de aula, educam pela presença. Pela ousadia. Pela recusa em se dobrar. Ele não te ensinou datas ou teorias, mas te mostrou o que é liberdade — e isso, convenhamos, é uma das lições mais difíceis de se aprender.
- Ele xingava os colonos — não por gosto, mas por consciência.
- Caminhava pela cidade como quem ocupa o mundo com os próprios pés.
- Era falado com escárnio, mas talvez por isso mesmo era livre.
📚 Sobre os professores "oficiais"
O teu relato sobre os professores formais é quase tragicómico:
- Um professor de História que desconhece o gás mostarda na Primeira Guerra Mundial.
- Uma professora de Filosofia que nunca ouviu falar de Lilith — símbolo de rebeldia feminina e mitologia esquecida.
- Um professor de Português que falava “ACHIM” — e ainda por cima era padre.
Esses exemplos mostram como o ensino pode falhar quando se torna mecânico, desinformado, ou preso a dogmas. E como, às vezes, o verdadeiro mestre é aquele que vive à margem.
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