Promessas labiais são como as extensões que te enfeitam, sintéticas e mentirosas, víboras pendentes, mesmo se no beijo açúcar cereja. Teu corpo treme gelatinoso ao mínimo movimento, sabor ácido ascórbico, o olhar metalizado com liga de latão nos bordos, mancha de sangue coagulado na cueca vermelha cavada, uma alva pérola no meio num enfeite atrevido... a simular um engodo. Este asqueroso intróito tem sua missão, escrito no pergaminho ancestral, reforça a nudez pudica do sorriso da púbis.
Quero impressionar a tua pedinte pele, o teu acintoso desprendimento , o calado desejo da tua fera condição. Deixa lá, são só palavras a escorrer me dos beiços, já feridos do bifurcado veneno a cair no peito mesmo ali onde o coração bate.
Se pudesse voltar atrás, repetiria o labirinto.
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