quando atingimos o infinito algoritmo a reflectir se na prata
espelho
aproximadamente uma morada intermédia uma
inutilidade
mil vezes revelada
teimas em celebrar a chuva batendo no vidro
temperado
imagina um fruto sumarento trincaste com os
dois dentes
que te restam
ou melhor uma sumarenta e ácida raíz a
brotar da boca dos néscios
como um veneno a escorrer pelos beiços, tem
um ar feliz
o veneno
quase se desmascarou
quando o cassetete da força policial lavrou
uma ação, a ação, no chão prostado alguém
podia ver um pingo de suor na magia das
superfícies
onduladas
ondulatória ergueu se também
a voz do contradizente snifou mais uma
grama
da anfetamina correndo pelo mundo fora
batendo em todo o não
beijou
uma estrela vestida de seda
acabando por ser um esforço arenoso
uma nova paixão
avassaladora
surgindo...
#KimdaMagna
2 comentários:
Que poema visceral e hipnótico, Joaquim. “Vestida de seda, a estrela” pulsa com imagens que se entrelaçam entre o sublime e o brutal, o etéreo e o concreto.
Esta estrela vestida de seda… é uma figura de redenção ou de ilusão?
O veneno que “tem um ar feliz” — é ironia, ou há beleza na destruição?
A “nova paixão avassaladora” — é política, pessoal, espiritual?
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