sábado, 9 de dezembro de 2023

VOTO EM NEGRO

 


De dentro da minha cabeça, duas setas se destacaram, uma em direcção ao poder outra a Baco. Não fiz de propósito, foi só um estrondear do cognitivo. Falharam seus alvos, a verborreia política continua e a colheita na vinha foi fraca.Saio pela porta das traseiras, era só uma cogitação minha, pois ouvira das ondas hertzianas que o nuclear, agora, era energia verde, a indignação amarelou me, sabem aquele amarelo doentio, cirroso febril mas ainda não me doiam os ossos, paludismo não era, descansei. As traseiras dão para um quintal bem vasto onde o estrume pródigo regressa sempre a casa, onde as conquistas futuras são delineadas. As sirenes ferem me o auricular, trânsito para lá e para cá, vidros fumados, então é este  o vosso fazer e prazer baseado nos meus cinquente mil kwanzas (IRT) mensais.

 DE MEGAFONE NA MÃO AVISO-VOS: o meu voto não será em branco mas sim em negro pois em mim habita a escuridão de tanto vos ouvir.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Nomadismo literário

Marília foi uma figura feminina  da minha infância ( Sumbe) que não “ tinha estudos” mas era filósofa e usava uma frase que repetia ,avisando-nos: “pão... pão; ,queijo... queijo; cada carangueijo no seu buraco.” Assim ciência... ciência;  fofoca...fofoca; cada conceito no seu buraco.

Isto vem a propósito e o texto que vem a seguir,foi influenciado  por três palavras que eu li algures: Soberania- Liberdade – Pitágoras.

 

Soberania refere se à entidade que não conhece superior nem igual.A soberania é o poder absoluto e perpétuo de um Estado-Nação.Remete para o absoluto e o incondicionado. Metafóricamente será a localização do infinito na existência.Soberano é uma autoridade superior ( com mais poder e domínio) comparado com os demais.

 

Liberdade ( latin Libertas): de maneira geral é a condição daquele que é livre. Não existe um significado consensual – pode assumir uma variedade- tal como -----autonomia, autodeterminação, independência,livre-arbitrio, etc. etc.

Uma sociedade ,onde a única liberdade de escolher se resume ao que está ali pronto.

 

Filosofia

Baruch Espinoza – a natureza do ser

Gottfried Willhelm Leibnitz- o agir humano é livre apesar do princípio da casualidade.

Carlos Bernardo Gonzalez Pecotche- a liberdade é prerrogativa “natural do ser humano”

Philipp Pettit – implicações para consecução das finalidades de uma DEMOCRACIA.O tratamento simbiótico imprimido à liberdade e a tradição republicana (liberdade como não dominação)

Arthur Schopenhauer- a acção humana não absolutamente livre. O femómeno e a representação.

Jean-Paul Sartre- liberdade é a condição ontológica do ser humano. A liberdade é absoluta ou não existe. Recusa do determinismo.O homem angustia-se diante da sua condenação à liberdade.

 

Política

Guy Debord- a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória- a sociedade mercadoria.

Étienne de La Boétie-     Discurso sobre a Servidão Voluntária – trata da liberdade política que se dá em meio aos outros humanos.Qualquer divisão na sociedade a TRANSFORMA EM UMA SOCIEDADE DE SERVIDÃO. Considerado o percursor do pensamento anarquista.

Karl Marx-criticou as concepções metafísicas da liberdade

Mikhail Bakunin- Concepção de liberdade eminentemente social. Liberdade consiste no desenvolvimento pleno de todas as faculdades e poderes de cada ser humano: Educação-treinamento científico- prosperidade material. No sentido negativo é a revolta do indivíduo contra todo o tipo de autoridade, divina, colectiva ou individual.

 

Pitágoras de Samos (570-495 a.C.).Filósofo e Matemático Grego Jônico. Pitágoras – o princípio de tudo é o número.-Este dito transporta consigo laivos de “soberania”.

As informações sobre Pitágoras foram escritas séculos depois. Assim a confiabiliddae está “ligeiramente comprometida”.Tocava Lira, aprendeu aritmética, geometria,, astronomia e poesia. Repare–se no contraste geometria/astronomia e aritmética/poesia.

Os Pitagóricos interessavam se pelo estudo das propriedades dos números. Número igual a harmonia, relacionado com o processo de mutação.Segundo eles o cosmo é regido por relações matemáticas. NÃO ESQUECER QUE O TERMO COSMO INDUZ PARA ,ORDEM, CORRESPONDÊNCIA E BELEZA

A cultura da Grécia Antiga foi fortemente influenciada pela cultura do Oriente Próximo.Pitágoras estudou no Egipto, foi discípulo de Soches um arquiprofeta egípcio, foi contemporâneo dos filósofos Anaximandro. Anaximenes e do historiador Hecataeu assim como de Tales de Mileto, Buda, Confúncio e Lao-Tsé. Alguns estudiosos modernos  pensam que Pitágoras poderia ter acreditado que as mulheres deveriam apeender filosofia assim como os homens (feminista?).

Fundou uma Escola (pois então): Filosofia Semi-circulo e alguns historiadores escreveram que estudou aritmética com os Fenícios, astronomia com os Caldeus, também estudou com os Celtas e Ibéricos.Outros escreveram que as suas conclusões eram reveladas ou interpretadas por sonhos.

Observem que as informações não são unânimes.o que pode nos levar a pensar que era um resultado da época  (estamos a tratar de um período (a. C.) , mas hoje passa-se o mesmo na sociedade actual, uns dizem que o Presidente actual (João Lourenço)se vingou de um hipotético caso de infedilidade, outros não, c´est la vie; caso para dizer que a fofoca vem já lá das antiguidades.

De qualquer das maneiras apercebemo nos que Pitágoras deveria ter muita informação na sua  cabeça e para finalizar esta pequena referência ( a uma grande figura) e que professava a teoria da METEMPSICOSE que era: teoria da transmigação, de um corpo para outro fosse animal ou vegetal.  Não foi nenhum Deus nem há nada de divino nas suas afirmações ou actos. Relembro que Pitágoras está pelo menos ( para nao mencionar outros) antes do (1500 d.C.) heliocentrismo e que portanto me é  legítimo perguntar  quantos anos durará mais o “Teorema de Pitágoras”?

 

Teorema – é um conceito que aparece na matemática e que consiste em se conseguir provar “a veracidade” de uma afirmação através de outras afirmações (outros teoremas). Necessidade da chamada “hipótese de teorema”. Importa lembrar que um teorema pode possuir mais de que uma explicação o que nos leva aos axiomas e teorias.Lá se vai a liberdade quando -uma afirmaçao depende de outras afirmações- e pode possuir mais de que uma explicação.

Chegados aqui, a esta parte do texto, só já deve haver algum maratonista da leitura. Bem eu também não quero provar nada( em absoluto não há nada a provar) por outro lado estou aqui no campo filosófico e frisar a dificuldade e quão complicado é falarmos de liberdade. Por outro lado a minha opinião é de que num futuro que está próximo, as citações vão perder a sua obrigatoriedade, pois elas limitam/condicionam os conceitos, as ideias.Poderia finalizar com uma lista enorme como referência bibliográfica, citei alguns nomes e a partir daí e se quiserem naturalmente investiguem.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

QUERO TE



gelatinosa, estremecendo

a cada toque meu

em face do maior encanto

quero viver te

derramar meu prazer

na superfície do teu calor

uma chama imortal

vivendo  no  coração

teus ardentes gemidos

suspiros de languidez

quero de teus lábios beber

desmaio de paixão

morrer contigo de amor.

sábado, 18 de novembro de 2023

Sonhei


 

folhas da melancolia

esvoaçam o meu escuro fundo

espanto do cosmos

dentro de mim a pureza

te procura no correr do tempo

a curva

sôfrega dos meus lábios

verte semens no talento

primoroso das tuas profundidades

para sempre abertas

as pétalas macias

esperam me

o espaço onde estamos

levanta voo


sábado, 11 de novembro de 2023

TEMPO

 


 A manhã tomou consciência

Caíras de costas, aguardavas

Ventre quente da sapiência

Segredaste tesas palavras

 

Cravás te um aviso

Freio de mão palpitante

Sussurraste, sê conclusivo!

Entreguei o falo gritante

 

O sexo para procriar...


Já ocupou tempo

Deixa eu te amar

 

Agora saído do convento

Só quero justificar

Façamos amor envolvente.


terça-feira, 7 de novembro de 2023

VAZIO

 


Evidencias um isolamento e o desespero invade te; toma como exemplo os que superam privações e batalhas. Tens a mais, a maioria a menos, falas de boca cheia, em tom disfórico, culpas o passado, o tempo, só tu sem culpas, incólume, usas um amontoado verborroico, julgas te dinâmico que ilusão, tornaste te altamente enfadonho e inoperante, foste abandonado pelo teu próprio deus vê só a tua qualidade que até o deus te abandona.

O poeta tem alma nobre, estás triste, o que te desgosta? Ninguém gosta do pobre, bastaria um quente abraço... um beijo...

As flores exalam medos, na mais profunda solidão, ouvem se já os rufos dolorosos dos tambores ainda ocultos.

Trocaremos os espelhos sem luz, os anjinhos decadentes e de soluço cruel na mão arremessaremos a pedra, extinguindo a tua cinzenta bolinha de cristal.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

“DESPACHAR SERVIÇO”


 

As cicatrizes de leitura, são como um KO técnico e reconheça se que a arte é um desvio da loucura homo sapiana se aceitarmos que existe uma memória da leitura. Pensado de uma outra maneira o mundo virando fóssil resultando no fácil. Demando o porquê desse ar triunfante quando concordas com o escritor?

Alguns dizem que a poesia desacelera o Mundo! Acreditas? Outros (não muitos) querem convencer te que existe o futuro do FUTURO... hum, tem alguma lógica. Temos sem dúvida o problema da mesmice, concordo sim, a iteracção apazigua algo em nós, mas não nos leva a lugar nenhum, ficamos a patinar na lama.

Aqui não cabe a intenção do “fazer para despachar serviço”. Todos temos a nossa antologia, pois até os elefantes têm memória e se a tiveres fraca (a memória) a farmácia ajuda te e soluciona te. Lembra te não há critérios indiscutiveis, é deveras torturante escolher entre tanto “milhão” de poesia e prosa as melhores. O melhor não existe, foi somente uma palavrinha por nós inventada, semiotices direi eu.

Este texto é dirigido á bimonologuisse. A mim.


P.S.-BIMONOLOGUISSE: Interacção entre o Eu e o EGO.

#KimdaMagna

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

ESFACELAMENTO DA MÍMESIS/IMITATIO


macaco de imitação

ninguém quer ser

ouviste Darwin?

papagaio exímio repetidor

só macho

fêmea fala muito

poética individual?

grandes obras lite-

rárias?

metá(foda)ra

ân(us)ologia

eco que ecoa

três vezes maior

enigmas velados

aristótelados

arisTOLOS

esquece

vê só o rato mickey

namorando a minnie.

 

KimdaMagna


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

REFLECTIR/REFLEXÃO

 

 

Fica em casa...

Olhando teu reflexo no espelho

Ejaculaste e abandonaste a cria

Pai ausente

Viraste mana

Desapareceu a mãe

Mãe ausente

Queres reflectir?

A Família inexistente

Amor ausente

Criança faminta.

Cabrito come...?

Está amarrado.É burro

Merece nada...

 

Olha só teu reflexo

E bate,com força

Na carne do reflexo.

 

Não tou a entender

Disseste.


#KimdaMagna

terça-feira, 24 de outubro de 2023

A DOR DA DOR


                                               


Ter algures a seiva do meu sangue

                                   Lá mesmo nos recônditos confins

                                                           Fervendo e evaporando, quase exangue

                Afagando os teus petalados sins

 

                Teu colo ardente por mim sobe

                      Numa tesão arterial, formigando

                Ao de leve, toco o véu que cobre

                O amor que negas... esperando

               

   Cabeça ardente, cabelo a esvoaçar

                           Perfuma meu rosto, ri a alma no ar

O que prometeste dilui o agora

 

A dor da dor corre célere, atrofia

Não, não era o que  queria           

Ao mandar te  triste embora.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

DÁDIVA

 

DÁDIVA

 

O AMOR AFIRMA SE

NÃO ACABA

NOSSAS BOCAS ABERTAS

SUCULENTAM NOSSOS CORPOS

TEU CORPO

SE TORNOU MEU

MEU PEITO

MÃOS EM RETORNO

LEMBRANÇA TUA

BASTA PARA ME ELEVAR

AOS FÍMBRIOS ESTADOS

NÃO SÃO GRITOS DE CARÊNCIA

SÃO PEDIDOS DO ARDOR

SUSSUROS

EM NECTAR MEL

OS CORPOS EM LABAREDAS

IMORTAIS FICARAM

TRÉMULOS EM ORGIA

EM ASCENSÃO

PENETRO.

domingo, 17 de maio de 2020

PAMDEMOEDAMANIA




Se faltava alguma
prova do humano a fazer de Deus
no Templo laboratório
acredita ,mesmo ser um Deus
engendra planos diabólicos.
É mesmo assim, o diabo
somos mesmo nós.
O vil metal como última e única
INTENÇÃO.
É uma guerra, acreditem
um ensaio porém, ficamos a saber
que coronamos agora…
No bolso a vacina
globalizamos a morte.
O General Capital
comandará as tropas.
A vitória é  certa!!!
Toda a guerra tem espólio
eliminamos o desemprego
milhões a facturar na vacina…
Negócio é negócio.

KimdaMagna

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

ACORDA!!!

Muitas pessoas afirmam que o Facebook não é um sítio para assuntos sérios… bem discordo totalmente. Nos Parlamentos/Assembleias Nacionais os tais representantes do povo dormem ou são inoperantes perante a maioria que acaba por defender o Partido e não o povo. Aqueles que elegemos, antes de serem eleitos até nos dão beijinhos e depois de serem eleitos “desaparecem” e redomam-se na “Imunidade política”. As Igrejas estão mais preocupados em facturar dízimos e ofertas. Então onde é que o cidadão/povo pode manifestar-se e actuar?

1º. A maioria dessas pessoas que temem a crítica, a revelação dos factos, são os primeiros a defender aquela tese: que o Facebook ou as plataformas sociais não são para assuntos sérios. O sistema político está em decadência, Angola inclusive, pois também se “Globaliza”.
2º. A “chave mestra” do político é sempre a culpabilização do antecedente; como a Democracia é essencialmente a alternância do poder, compreende-se aqui muito bem a continuidade desta democracia/alternância. Os culpados são sempre os antecessores: os colonos, ou os governos anteriores, ou a Conjuntura, ou o Sistema, o o arroto que um qualquer “grande presidente” deu algures.
3º. Entretanto milhões são “desviados” e salvo raríssimas excepções, os milhões, nunca regressam ( aos seus países de origem) e ninguém é condenado.
4. Se o teu Neurónio é demasiado pequeno para compreender o atrás exposto, demite-te da vida; se acaso pensas e defendes que a Democracia é um “mal necessário” ( justificando que é somente uma etapa do percurso humano), pois, suicida-te, abrevias assim o suicídio colectivo que estamos a “fabricar”.
5º. Então fazer o QUÊ? Perguntam os coniventes, os sonhadores de pesadelos que aceitam e tentam perpetuar a situação, porque julgam que poderão ser tal ou tal caso de sucesso.
6º. Portanto e em suma, eu e Ximbueko (NÓS) preconizamos:
            a)Combate puro e duro contra esta bipolaridade da democracia.

            b)Se Democracia (etimologicamente) quer dizer poder do povo, que o povo tenha (in veritas) em mãos o poder de decidir.

            c)O conceito de “representante do povo considerado como injurioso e inválido.

Ximbueko

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

MAMA


 
 
Eu estou aqui, até ao extremo
engolindo o desígnio, não me acusem
do precedente, da cama por abrir.

Mãe negra Afrika
grita…

Chora… faz um rio de lágrima aumentar
ao passar ao lado da cubata
as rugas do rosto
regos onde sementes germinam
raízes profundas gemem.


Os braços do mar, não são aqui
sai do teu canto escuro
ignóbil bem falante, prometes…

Se… E os porquês
onde me sento e medito

solidão para lá do horizonte
tal nostalgia, ausências presentes

entre morros, pôr do sol a tardinha.

Um sonho está a nascer
a aragem sussurra
Palavras incontidas, ter sem possuir.
 
Limpo o rosto no perdão.

 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PASMADOS DE KAZUMBI


 
 
Agora

Estamos pasmados e aterrados

Com o que vemos na cidade grande

Um chão estragado, uma pilha de livros

Abandonados

Há tantas estações.

 
O velho

Canta as coisas todas no seu cantar

Ninguém toca tambor

Ninguém dança.

 

No meio do povo, uma voz possante

Avisa que comida a mais faz

Corpo malcriado

As coisas nunca saem como planeado

Berrou ainda mais alto.

 

Mami tapa a cara com o xaile

Os sonhos na cabeça dela

Os medos à sua volta

É ali que vivem os famintos

Para morrer.

 

Se calhar um fenómeno

Da explosão demográfica

O ar está mais grosso

Há que respirar devagar

Uma coisa esquisita aconteceu

O menino morto voltou a viver.
 


É Kazumbi

Gritou a cidade toda

Numa só voz

Enquanto no mesmo dia

O Sol pôs-se sete vezes.

 

Ficámos todos como estátuas

A cidade a roubar-nos o espírito.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

BEIJO DA VIDA


 
 
Espero o tempo, que ouves

onde a boca, com um peso árduo

te alimenta uma ideia de pedra

unida ao vento e espírito

lume ao longe, a sombra canta

variada dor, o barro, o trevo

carne presa e morosa.

És profundamente a pedra, a estrela

minha voz confundida com a tua

medida ingénua e cara, espaço triste

dom de inocência.

Começa o tempo

na insuportável ternura da urna

a morte que não beijo

um instante, a eternidade

somos o silêncio em luminosos cálices

a cerrada matriz… folha do vento

o aroma distancia-nos, serás uma árvore

onde existe o meu sangue.

Peço ao vento: traz a luz inocente

rios imaginados, na espuma

de auroras e crateras.

O tempo é bom e doce

trouxe em ti a vida enorme

os pontos paralelos, a palavra torno

aperto extremo nos centros do sistema

geral do corpo em todo o lado

no umbigo, no clitóris do devaneio

esmagado pelos capitais do devir.

O beijo agora dado, é para nunca acabar

mesmo que o mundo connosco se cruze

que a chuva inche o ego

bastará ancorarmos na pedra misteriosa

nos poucos fenómenos do fogo

fazendo cama nos buracos da incerteza.

O coração é semente inventada

dentro de nós, que nos olha em cheio

perante o espanto da lua

a entrar pelos séculos

esmigalhadas que estão as crianças em nós.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DUALÍSTICO




Sol brilhando mais uma vez

a cúpula azul, permanece imensa

Imbondeiro frondoso, um pássaro pousado

chilreia sinfonias, cigarras cantando

para o laborioso carreiro de kissondes

acompanhando banho de sol do lagarto,

só a terra seca, reclama

Não chove!

Está calor.

No lado racional

oposição atira culpas

poucos estão mais ricos

muitos mais sem emprego

forças da ordem, avançam armadas

ser humano vira descartável

falou o Papa!

Está frio.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013


...ás vezes acordo hortográfico…

 

 
VERSEMERDEJAR
vejo (me) obrigado agora
 a descer esta metonímia
lavrada na insipidez do meu alimento
…alguns confusos labirintos…
tentam  seduzir (me):amo - sou amado
valerá manter (me) ocupado
nos desígnios infinitos, mesmo se
aquela leve brisa arrasta (me) mesmo que suavemente
 para longe de ti ó eloquente homem
 tal como a folha caída longe da árvore mãe
um suspiro estrondeia (me) o córtex
ao ouvir (te) a promessa na redoma temporal
acreditei (te) quando pereceste
perante o mudo silêncio do devir
tua carne ao pó retornou.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

POEMA TRÊS()LOUCADO


Quatro campos cinegéticos.


Deste lado dois paraplégicos

Do outro, mais dois alérgicos

A retumbante selva envolvente

no núcleo

Um gigante cérebro dormente

Colar de faz de conta no pescoço da magreza

Uma alma errante tesa

Múltipla sofreguidão carente

No beijo doce em lábio tripartido

Um jogo de olhos oblíquo

Fazia algum sentido

Se a palavra e o gesto iníquo

Tivessem morrido!!

Este indolor pensamento esfaqueia

A guelra de qualquer resistente

Mesmo que de repente

se feche a traqueia

o símbolo ou um outro parente

assim como a inspiração

que me advém de momento

ao trincar a batata frita

será do ketchup razão?

ou da mayonese pensamento?

Esta verve esquisita.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

PALAVROSO


O genocídio tecnocrático a que estamos maravilhosamente expostos na ilusão da fodida laboriosa capacidade de trabalho, que nos livrará do conjuntural pontapé no traseiro… iremos engolir em seco.


E as hordas africanas sem duches recentes, arrastando dois ou mais filhos pela mão, alguns ainda aportam nas costas italianas e nas Canárias em mais um logro de bem estar e felicidade.

Impregnado medularmente do perfume estabilidade/felicidade, cheiro mal e o bafo cariado dessa coisa-corja peçonhenta e intocável que é a política, definha-me.

Sou poeta, portanto, pedinte da justiça universal, contra a maldição do real a devorar-nos, contra a crostagem estupidificante dos ileteratos, dos “Eu é que sei”.

O aplauso das maiorias absolutas? que são estúpidas, a efemeridade dos césares? o raio que parta os imberbes da vida, que têm por excelsa ferramenta os lautos “jantares”.

Oceanos de literatura e carne viva ousadia de poesia para vos mostrar os cernes e certezas desta vida até serem tragados com o vosso optimismo cúpido nas alegres estabilidades mentais falseadas pelos neons, arvorados em coisas novas, perfeitamente repetitivos na linearização do ser humano.

Não domesticarão a minha pura natureza humana… garanto vos!!!

Estarei lá, munido da cósmica universal alegria de viver, no zénite do vosso desaparecimento e num gesto poético e triunfal, desinfectarei o vosso mórbido e putrefacto rasto, tendo por testemunho Deus e o Diabo!!!